Nesse grupo vamos citar dois principais tumores: os astrocitomas anaplásicos (Grau III) e os glioblastomas multiformes (Grau IV). Esses tumores são chamados de alto grau devido a suas características histológicas que no caso das variantes anaplásicas além da atipia celular apresentam atividade mitótica e, nos glioblastomas, proliferação vascular e necrose. Esses achados implicam em maior malignidade desses tumores. Os gliomas de alto grau são um verdadeiro desafio, uma vez que a despeito do melhor tratamento empregado os glioblastomas apresentam uma sobrevida média de 2 anos e os astrocitomas anaplásicos de 2 a 5 anos.
Os gliomas de alto grau correspondem a 2% de todos os cânceres nos Estados Unidos e apresentam um pico de incidência dos 65 a 74 anos de idade, existe uma discreta predileção pelo sexo masculino num proporção de 1,5 homem para 1 mulher acometida.
Os gliomas de alto grau podem ter diferentes apresentações clínicas a depender da topografia e do volume do tumor, tumores muitos volumosos podem desenvolver síndrome de hipertensão intracraniana com cefaléia progressiva, vômitos em jato e papiledema com turvação visual; crise convulsiva é outra forma de apresentação frequente e déficit neurológico focal como perda de força, dificuldade de fala, e perda visual são outros sintomas comuns.
O diagnóstico é realizado com o uso de exame de imagem como a tomografia computadoriza que apresenta lesões hipo/isointensas com intenso realce ao contraste e pode apresentar áreas centrais de hipodensidade representando necrose. A ressonância nuclear magnética é o melhor exame para identificar e delinear o tumor, apresentando lesões com iso/hiposinal na ponderação em T1, hipersinal em T2 e Flair e intenso realce ao contraste (gadolíneo), também pode apresentar área de necrose, representada por hiposinal em T1, além dessas sequências regulares a ressonância apresenta ferramentas avançadas para diferenciar os gliomas de alto grau do seu principal diagnóstico diferencial que são as metástases cerebrais de outros tumores sistêmicos como câncer de mama, pulmão etc.
Frente ao diagnóstico de um glioma de alto grau a decisão a ser tomada envolve a possibilidade de ressecção total da lesão, descartada a possibilidade de ressecção total idealmente uma biópsia da lesão deve ser feita para seguimento do tratamento complementar que inclui realização de radio e quimioterapia. Frente a possibilidade de resseção total o paciente é submetido a craniotomia e microcirurgia para remoção total da lesão ou de pelo menos 95% da mesma, sendo essa medida importante para melhorar a sobrevida do paciente e, após a cirurgia, com diagnóstico patológico, o paciente deverá complementar o tratamento com radio e quimioterapia.
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