Diversas lesões podem ter uma apresentação nodular na “cabeça” e particularmente na fronte (“testa”), desde lesões ósseas, como lesões de pele e subcutâneo. Dentre as lesões ósseas as mais comuns que já comentamos em outro post é o osteoma, mas também temos os cistos ósseos aneurismáticos e a displasia óssea.
Quando se trata de lesões no tecido subcutâneo podemos encontrar os lipomas e os cistos de inclusão epidermal, sendo os mais comuns os cistos dermóides e os cistos epidermóides. Os cistos de inclusão epidermal tem nomes parecidos, mas possuem uma discreta diferença nos tecidos envolvidos na sua formação, ambos se apresentam como nodulações, endurecidas ou fibroelásticas, pouco aderidos aos planos profundos. Normalmente a suspeita diagnóstica começa pela avaliação médica e exame clínico. A confirmação diagnóstica pode vir por um exame de ultrassom de partes moles ou até mesmo outros métodos como ressonância de crânio ou até mesmo tomografia computadorizada de crânio, quando solicitados. Esses cistos de inclusão costumam ser benignos e mais comuns nas primeiras décadas de vida, podem causam remodelamento ósseo, ou seja, alterar o osso que está abaixo da lesão, dependendo da localização podem causar uma desfiguração (alteração da estética facial) ou até mesmo prejuízos funcionais, principalmente os periorbitários.
Outro diagnóstico diferencial de lesões nodulares no couro cabeludo são os lipomas, eles têm as características clínicas parecidas com os anteriores, mas costumam surgir após a segunda década de vida, o diagnóstico diferencial com as outras lesões pode ser difícil mesmo com exames de imagem, as vezes apenas após a ressecção que se obtém o diagnóstico definitivo.
Todas essas lesões podem variar o local de apresentação, as uma das apresentações que mais causam incômodo é quando essas nodulações acometem a fronte, ou “testa” como conhecemos. Além disso, outra grande dificuldade encontrada pelos pacientes é que na maioria das vezes o tratamento proposto é incisão direta sobre a lesão, então o paciente tem que escolher entre uma nodulação (“caroço”, “calombo”, abaulamento”) ou uma cicatriz. Quando a lesão é dentro de uma área com cabelo, em geral é muito aceitável essa proposta, mas o grande problema é quando a lesão é na fronte (na “testa”).
Nesse ponto é importante lembrar que existem estratégias cirúrgicas mais modernas que resolvem esse problema do tratamento. Uma das estratégias é a cirurgia assistida por endoscopia, com essa técnica as lesões na fronte (testa) podem ser abordadas por uma incisão que fica no couro cabeludo, ou seja, uma incisão que não fica aparente, pois fica escondida no cabelo. Através dessa incisão o cirurgião vai até o local da lesão para realizar a ressecção da nodulação (lipomas, cisto epidermóide, cisto dermóide, ou osteoma).
O paciente também pode ficar perdido sem saber qual profissional procurar e de fato existem algumas doenças que possuem muita intersecção de especialistas como neurocirurgiões, cirurgiões plásticos, cirurgiões de cabeça e pescoço, dermatologistas. O importante para o paciente é sentir qual profissional tem mais experiência naquela patologia e poderá assistir de uma forma mais correta, propondo a melhor técnica cirúrgica para o seu caso. Sempre lembrando que qualquer procedimento que envolva cirurgia é fundamental que um médico esteja envolvido no processo, pois vivemos uma realidade em que outros profissionais da área da saúde que não receberam treinamento adequado se aventuram a fazer procedimentos sem os devidos cuidados.
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