top of page
  • Foto do escritorDr. Marcos Devanir

Cisto da Bolsa de Rathke


Cisto da Bolsa de Rathke


O que é o cisto de Rathke?


O cisto de Rathke é uma coleção mucóide causada por irregularidades no fechamento de vestígios hipofisários (bolsa de Rathke). Esse tecido, durante o desenvolvimento embrionário, é formado por uma fenda entre o tecido hipofisário, que, no desenvolvimento orgânico, se fecha com o tempo. No entanto, quando essa abertura persiste, permite a entrada de um material mucóide, rico em colesterol e proteínas, dando assim, origem ao cisto de Rathke. Esta é uma lesão não tumoral, benigna, ou seja, não cancerosa, e é relativamente prevalente.


O cisto de Rathke, na maioria dos casos, são assintomáticos e muitas vezes não causam qualquer manifestação clínica. No entanto, quando esse cisto se torna grande o suficiente e provoca o aparecimento de sintomas, ele se torna uma importante ameaça à saúde, principalmente devido ao seu efeito compressivo nas estruturas cerebrais adjacentes.


Quais os sintomas mais comuns causados pelo Cisto de Rathke?


Os principais sintomas associados aos efeitos compressivos do cisto são alterações visuais e hormonais, devido a compressão do tecido hipofisário:


- Dores de cabeça

- Diabetes insipidus, frequentemente manifestado por sede excessiva e aumento no volume e frequência urinária

- Confusão e mudanças comportamentais

- Distúrbios visuais, que ocorrem em aproximadamente 50 % dos casos e podem incluir :

● Perda visual periférica (hemianopsia) ou total, devido a compressão do quiasma óptico, uma estrutura localizada acima da região selar que permite o transporte de informações visuais.

- Galactorréia (Produção de leite nas mamas de mulheres que não estão amamentando)


Além disso, outros sintomas como ganho de peso anormal, diminuição na libido, alterações menstruais, náuseas e vômitos também podem estar presentes.


O cisto de Rathke apresenta risco iminente à vida ?

O cisto, na maioria dos casos, não apresenta risco iminente à vida do paciente. No entanto, quando sintomático e não tratado pode interferir drasticamente na qualidade de vida, através de alterações irreversíveis.


Como é diagnosticado o Cisto de Rathke?

O método diagnóstico preferencial para o cisto de Rathke é a ressonância magnética da região hipofisária, que se localiza na base do cérebro.


É importante ressaltar que em alguns casos o cisto pode ser diagnosticado de maneira incidental, ou seja, o cisto aparece em algum exame de imagem que foi solicitado para investigar outras doenças ou circunstâncias, por exemplo, um trauma ou situações semelhantes.


Caso haja dúvida no diagnóstico, uma avaliação com neurocirugião com experiência no tema é fundamental.


Qual ou quais são as formas de tratamento do Cisto de Rathke?


Os cistos pequenos e assintomáticos podem não necessitar de cirurgia e podem ser acompanhados em consultas ambulatoriais. Muitas pessoas têm cistos de Rathke e não apresentam sintoma ao longo da vida. No entanto, quando esses cistos crescem o suficiente e expressam sintomas a excisão cirúrgica torna-se a terapia de escolha com os melhores desfechos.


Usualmente, utilizamos a cirurgia endoscópica, usando a via transesfenoidal, onde por meio da cavidade nasal acessamos a região selar, onde está localizada a hipófise e a lesão. Utilizamos de instrumentos cirúrgicos específicos para cirurgia endonasal transesfenoidal endoscópica e uma óptica que oferece uma visão extremamente precisa e detalhada da região hipofisária. Desta forma, realizamos abordagem ao cisto com objetivo de diminuir a pressão exercida pelo cisto sobre a glândula hipofisária, vias ópticas e outros tecidos circundantes.



Prognóstico


A maioria dos cistos de Rathke podem permanecer assintomáticos ao longo da vida, sem causar problemas associados. No entanto, em outros casos, quando o cisto cresce, se tornando sintomático, a cirurgia pode ser essencial para recuperar a qualidade de vida dos pacientes, através da reversão parcial ou total dos sintomas. É importante ressaltar que apesar de ser uma cirurgia complexa, é também muito segura, de modo que a maioria dos pacientes submetidos à cirurgia recebe alta em poucos dias.



Dr. Marcos Devanir Silva da Costa

Professor Afiliado do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia

Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

Pós-Doutorado, Doutorado e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia

Membro Ativo da Sociedade Brasileira de Neurocirugia Pediátrica

Membro Internacional do Congress of Neurological Surgeons

Membro da International Society for Pediatric Neurosurgery


Contato Consultório 11-9956285666 ou (11) 4933-8077

Rua Domingos de Morais, 2187 - 3o andar conjuntos 310/311

Bloco B- Xangai, Vila Mariana - São Paulo - SP - CEP 04035-000

103 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page