Os osteomas são tumores ósseos benignos que podem ocorrer em qualquer osso do nosso corpo, incluindo os ossos do crânio. Alguns estudos apontam que até 4 em 1000 pessoas podem apresentar esse tipo de tumor nos ossos do crânio. Em geral, sua apresentação mais comum é como um abaulamento endurecido e fixo ao osso do qual ele surgiu, algumas pessoas podem descrever como um "caroço", como um "nódulo", como um "calombo" ou como uma elevação; todos são nomes referidos pelos pacientes. Normalmente os osteomas não causam grandes sintomas, raramente dor quando crescem próximos a algum nervo. A queixa mais comum ocorre quando esses tumores surgem na fronte do paciente, ou na "testa" como conheçemos. Quando os osteomas crescem no osso frontal, então, se projetando na "testa", ou na parte superior do rosto ou face, muitas pessoas se sentem incomodadas pela alteração estética que ele promove.
O diagnóstico, então, se inicia pela supeita clínica, ou seja, com a história que o paciente nos refere e pelo exame físico, onde nós podemos perceber uma nodulação endurecida, fixa aos planos profundos, no caso dos osteomas fixos aos ossos dos quais ele se originam. O diagnóstico é confirmado por exames de imagem, sendo que o mais útil na supeita de um osteoma é a tomografia de cranio, pois em geral a tomografia computadorizada de crânio sem um sensibilida e especificidade muito grande para lesões ósseas. A tomgorafia, então, vai demosntrar lesões hiperdensas projetando acima da tabua externa do osso, sendo que uma grande maioria dessa lesões afeta apenas a tábua externa dos osso da calvária. Quando há dúvida nos diagnóstico podemos realizar uma Ressonância Magnética de Crânio. Lembrando que esse último exame teria maior valor na detecção de lesões não osseas como lipomas, cistos epidermoides e cisto dermoides, que seriam o que chamamos de diagnósticos diferenciais, ou seja, outras possibilidades diagnóstica para uma mesma apresentação clínica.
Após confirmado o diagnóstico existem duas grandes possibilidades de tratamento. Uma delas é observar, como os osteomas são lesões benignas não há problema em seguir e acompanhar com exames seriados o seu comportamento, caso o tumor fique estável mantem-se o seguimento e caso o tumor começe a crescer de forma não esperada, então, indica-se a cirurgia. Muitos pacientes adotam essa modalidade de tratamento pricipalmente para os osteomas que estão em ossos da calvária cobertos por cabelos. Mas o grande problema são aqueles que ficam em áreas expostas, nesses casos quando o paciente fica insatisfeito com a aparencia, ou se o tumor começa a crescer fora do padrão esperado, está indicada a cirurgia para remoção.
Quanto a cirurgia, existem algumas opções. A mais comum e mais realizada pela grande maioria dos neurocirurgiões é a incisão direita em cima do osteoma, que normalmente precisa ser um pouco maior que o diametro da própria lesão, ou seja, uma incisão (corte) na testa ou rosto no caso de osteomas frontais. Outra opção são incisões longe da testa mas grandes o suficiente para "descolar" o couro cabeludo até a area do tumor. Por fim, existe também, uma terceira técnica, que é uma das que eu prefiro, a técnica endoscópica.
Na cirurgia de ressecção de osteomas por endoscopia, nós realizamos uma incisão não aparente e com o auxilio do endoscópio chegamos até a região do osteoma e com instrumentos específicos podemos remover esse tumor, sem fazer uma incisao direita em cima da leão. Em geral, é uma cirurgia rápida, que dura em cerca de 30-45 minutos e o paciente pode ir para casa no mesmo dia, dependendo de que horas do dia o procedimento é realizado. O pós-operatório costuma ser muito tranquilo, exige uso pouco frequente de medicação analgésica, ou seja, para dor. E o paciente pode voltar a trabalhar numa questão de pouquíssimos dias.
Dr. Marcos Devanir Silva da Costa
Neurocirurgião
Doutorado e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP
Assistente da Disciplina de Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP
Consultório Vila Mariana - São Paulo - Zona Sul
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