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  • Foto do escritorDr. Marcos Devanir

Hérnia de Disco Lombar

A hérnia discal lombar ocorre quando há extrusão do conteúdo intervertebral, chamado de núcleo pulposo, através de sua membrana externa.  A depender do volume herniado, pode ocorrer compressão e irritação das raízes lombares e do saco dural, levando a dor, descrita como dor ciática. Trata-se de uma doença degenerativa, com prevalência de até 3% na população. Predomina no sexo masculino e na quarta e quinta décadas de vida e é a causa mais comum de cirurgia de coluna. Os discos intervertebrais podem ser acometidos por processos degenerativos, aumentando o risco de herniação do seu conteúdo. A dor ciática, principal característica da hérnia lombar, decorre da compressão direta da raiz nervosa associado a um processo inflamatório induzido pelo núcleo extruso. Os sintomas iniciam-se com dor lombar que, depois de dias ou semanas evolui para dor radicular que caracteriza-se por: dor irradiada no sentido descendente em direção ao membro inferior, fraqueza motora, alterações sensoriais no trajeto da dor e alterações nos reflexos.  No geral os sintomas são autolimitados, e podem desaparecer espontaneamente dentro de poucas semanas. No exame físico alguns sinais são característicos:

  • Sinal de Lasegue: últil na diferenciação de dores provenientes do quadril. Consiste na elevação do membro afetado estendido com o paciente deitado. O teste é positivo quando há dor e parestesias na distribuição da dor.

  • Teste de Cram: com o paciente deitado, ergue-se a a perna acometida mantendo o joelho levemente flexionado. A resposta é semelhante ao teste de Lasegue

  • Sinal de Fajersztajn: a elevação da perna estendida não afetada provoca dor no membro contra-lateral

  • Teste do estiramento femoral: com o paciente de bruços, o examinador ao dorsofletir o joelho da perna acometida, provoca a dor.

O diagnóstico baseado na dor característica deve prosseguir com a solicitação de alguns exames de imagem. A radiografia, pode ser últil para excluir outras patologias e mostrar alterações estruturais e deformidades da coluna vertebral, porém o exame de eleição é a ressonância magnética, muito superior ao exame de tomografia computadorizada para esses casos. A ressonância além de identificar com precisão a hérnia de disco acrescenta informações detalhadas de partes ósseas e de tecidos moles que podem ajudar não só no diagnóstico correto mas na proposta terapêutica. 

     O tratamento conservador ou não cirúrgico deve ser inicalmente considerado para todos os pacientes e consiste em:

  • Repouso na cama por 2 a 4 dias: na posição supino (deitado) diminui-se a pressão sobre as raízes nervosas com alívio da dor. Não é recomendado repouso por períodos mais prolongados pois o paciente pode evoluir com fraqueza, rigidez ou até piora do padrão da dor

  • Mudanças nas atividades quando essas envolvem elevação de objetos pesados ou elevações repetitivas, vibração total do corpo (provocada por veículos por exemplo), posturas assimétricas ou posturas sustentadas

  • Atividade física: exercícios de fortalecimento dos músculos do tronco (pilates, RPG), exercícios aeróbicos de baixo impacto (caminhada, natação)

  • Fisioterapia

  • Analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares

  • Infiltração: injeções epidurais de corticóides e anestésicos locais

     O tratamento cirúrgico é indicado nos casos considerados de urgência como na síndrome da cauda equina e na presença de déficit motor progressivo (fraqueza motora).  A síndrome da cauda equina engloba a disfunção de várias raízes nervosas lombares e sacrais, resultando em alterações como: retenção ou incontinência urinária, diminuição do esfíncter anal, anestesia em sela, ou seja, região do períneo, nádegas, parte posterosuperior da coxa e órgãos genitais, fraqueza motora podendo evoluir para paraplegia e dor ciática. Outra indicação para a cirurgia é a falha do tratamento clínico no manejo da dor  depois de 1 a 2 meses.



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